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7 de setembro de 2011

Quando gritei por Deus

          Pegar ônibus. Costuma ser tranquilo. Costuma-se. Costumava-se.
          Cheguei no ponto. Não tinha ninguém a não ser... Um "moleque de rua". Ele estava deitado no ponto, bem confortável. Cantando um rap dinamarquês, tailandês. Soltando palavras inexistentes. Sim, ele estava bem drogado. E eu, tinha que esperar meu ônibus.
           No sol escandante do meio dia. Passava várias linhas e nenhuma ele queria. Duas mulheres apareceram e ele liberou o ponto para elas sentarem e aproveitei e sentei também. Só que na mesma hora o ônibus delas chega. E me ponho na mesma situação anterior, sozinha, com aquele garoto estranho. Medo. Clamo por Deus, Espirito Santo, Buda, Maomé, Judas. Ele deita de novo no ponto e encosta o pé na minha bolsa.
          Pânico. E não conseguia me levantar, e o carinha estava lá, vesgo resmungando alto sons que como disse parecia um rap. Contraio minha bolsa na cintura, limpo minha garganta para poder gritar. Lembro do meu sonho da noite passada, eu não consegui gritar, me atacavam e a voz não saia.
          O 008 chega. Me levanto e o garoto me empurra para pegar o ônibus, como se estivessem lotada a fila, eu e o garoto. O motorista, graças a deus(hipócrita), não deixou ele pedir esmola no ônibus, ele grita um pouco mais sai. EU NÃO MORRI. Neste dia. Drama psicótico.

3 comentários:

  1. gostei da primeira linha, de verdade. E de como você ressaltou a hipocrisia(o que poderia ter sido mais explorado), que na hora do perigo invocamos qualquer um que pode ajudar.
    Mas ficou um pouco preconceituoso amiga, tadinho do moleque de rua. Por mais que ele tenha te perturbado ele sofreu pra tá naquela situação deplorável.
    mas tudo bem, parabéns!

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  2. Também senti um preconceito... mais ai vem aquele "sempre ser politicamente correto"... Eu não gosto desse extremismo... Quis mesmo era falar o que todo mundo fala... E o que vcê sabe que é quando vê...

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