Sábado, 13 de março de 2010
JJ,
Se hoje
meu dia foi um fracasso, imagine amanhã, quando a Eugênia chegar da casa da mãe
dela (a cascavel ta doente), aí eu to frito, morto e jogada ás traças. Dessa
vez fiz a maior burrada de todas. Meu Deus! Como eu sou cabeça dura!
O
Ricardinho me ligou hoje de manhã para irmos ao hipódromo para uma corrida de
cavalos; eu não podia deixar de ir, corrida de cavalos é a única lembrança que
tenho do meu avô. Ele adorava jogos de aposta, como eu, mas temos uma diferença
grande, ele tinha sorte e eu não!
O viciado
aqui foi. Apostamos no cavalo chamado Perdedor, que havia ganhado as últimas
corridas. Cavalo com nome estranho não faltava, tinha um que chamava Ganhador e
outro Filho da Puta. Lembro-me que meu avô sempre apostava (e ganhava) em um
chamado Curinga. É engraçado como certas lembranças de garoto nos marcam.
Apostei a grana da entrada do carro que ia
comprar; estava sentindo que meu avô estava lá ao meu lado, me dando sorte. Mas
tudo não passou de um impulso idiota, com uma justificativa sentimental. O
Perdedor perdeu e o Ganhador venceu (ou ganhou). Como não pude perceber o
destino, estava nos nomes dos cavalos.
Já
planejei contar para a Eugênia, que emprestei o dinheiro do carro pro Marcão,
mas, na verdade, eu que pediria esse dinheiro emprestado para ele. Eu fico
mentindo para minha mulher, que estou emprestando dinheiro, mas só estou
devendo. Quando é que essa vida canalha vai acabar, hein JJ?
Comprei
você justamente para relembrar minhas perdas e não cometê-las novamente, mas
isso não está dando certo.
Agora
vou lá no Bocão, para jogar nosso Poker do sábado, sabe como é, né, tem que esfriar
a cabeça.
Até
breve,